Peço que não estranhe a minha falta de
conhecimento sobre o assunto. Aliás, quem sou eu, ou quem somos nós para
compreendermos os assuntos do coração?
Então, entenda os meus receios, minhas dúvidas… Desconheço o amor, mas
ouço boatos que ele causa buraco e escuridão no coração das pessoas. Mas é
claro que também ouço sobre beijos apaixonados, coito amoroso, Romeu e Julieta
e que o amor é capaz de superar qualquer coisa.
Imagino que amar uma pessoa seja como dar um tiro em meio a escuridão,
nunca se sabe se vai acertar um cervo robusto ou um condenado pela fome, a
pessoa má ou a pessoa boa, a infelicidade de um amor doentio e não
correspondido ou um “foram felizes para sempre”.
Já imaginou você em uma caça frenética e de repente: “pá!”, você acertou
alguém, pois sim, você é o seu próprio cupido. De repente você sente uma
necessidade instantânea de estar ao lado daquela pessoa e
se vai adentrando escuro adentro…
Após um convívio às escuras e uma base só tentando manter o
relacionamento em equilíbrio você começa a ver uma pequena luz, e tudo vai
ficando claro tal como o dia. Na medida em que tudo na sua mente vai ficando
explícito, seu coração começa a ficar negro e esburacado. Daí vem o medo de
errar outro tiro.
Mediante uma série de tiros errados e experiências adquiridas através do
erro, você para de atirar, espera que alguém certeiro o suficiente te acerte.
Mas agora você está no controle da situação, pode escolher se deixar levar ou
não.
É assim que você dar o primeiro passo para o “felizes para sempre”, nada
de tiros no escuro e errôneos, nada da pessoa errada também. Tudo é relativo,
depende das nossas ações. Errou? Tenta de novo. Errou novamente? Continua
tentando.
O amor não nos permite ser compreendido, que fechem suas inúmeras
lacunas… Ele quer apenas existir dentro de nós, que o sintamos, que saibamos
fazer bom uso do mesmo. Então não se frustre se o seu primeiro tiro acertou o
alvo errado, continue tentando com mais sagacidade e dinamismo, quando menos
esperar sua flecha estará no alvo desejado.